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Kamila Pitombeira
29/07/2011
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O conceito de rastreabilidade já faz parte da realidade de produção de carne bovina e ovina. Já quando o assunto é o pescado, esse sistema ainda engatinha. A rastreabilidade em tilápia foi um dos temas da primeira reunião técnica realizada entre a Rede de Pesquisa Aquabrasil com indústrias do setor de pescado da região norte do Paraná e oeste de São Paulo, realizada no dia 20 de julho, no Campus Regional do Noroeste da Universidade Estadual de Maringá (UEM), em Diamante do Norte (PR). Segundo Luciana Kimie, pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), a rastreabilidade é uma forma de garantir que o produtor acesse de forma mais rápida algumas falhas que podem ter ocorrido no seu sistema de produção. Ela funciona como um armazenamento de dados que, aliado a outras ferramentas de qualidade, possibilita ao produtor detectar onde ocorreu a falha.
— Com o sistema, o consumidor tem mais garantia da inocuidade e segurança alimentar dos produtos. Quando se adquire um produto rastreado, consegue-se colocar mais confiança nele. No Brasil, esse conceito ainda não é adotado na produção de tilápia. Ele é muito comum em outras cadeias de produção, como de carne bovina e de frango. Na área de pescado, ele não é tão comum — afirma a pesquisadora.
No entanto, Luciana diz que cada vez mais, tanto o consumidor quanto o produtor, tem buscado essa ferramenta. De acordo com ela, eles estão se espelhando em outras produções, como dos Estados Unidos e Europa, onde esse conceito bem mais forte. A pesquisadora acredita que a rastreabilidade é uma tendência.
— Para se chegar ao modelo de rastreabilidade em pescado, é muito importante que haja uma comunicação entre todos os elos da cadeia. Tanto o produtor, como o intermediário, o industrial e o consumidor, devem ter uma ligação e uma comunicação. É importante que todos os elos da cadeia se comuniquem e troquem informações sobre os processos pelos quais o pescado passou — explica.
Para ela, a principal exigência desse sistema é que haja um controle, uma padronização e um registro dos dados. A pesquisadora afirma que essas informações devem ser armazenadas em um software ou outro equipamento que garanta sua confiabilidade. Já quando o assunto é mercado, Luciana diz que o processo pode provocar uma expansão comercial.
— O processo de rastreabilidade pode influenciar em uma possível expansão do mercado. Cada vez mais, os consumidores estão à procura de ferramentas de qualidade. Assim, eles conseguem obter mais confiança nos produtos adquiridos. Os consumidores atuais têm optado por pagar mais por produtos de qualidade. Então, essa seria uma grande oportunidade para aumentar a comercialização do pescado — indica.
No entanto, para ela, é importante lembrar que sozinha a rastreabilidade não consegue produzir muito. Luciana diz que é importante sua combinação com outras ferramentas de qualidade, como as boas práticas de fabricação ou análises de perigos e pontos críticos de controle.
Para mais informações, basta entrar em contato com a USP através do site www.usp.br.
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